28 de março de 2007

coelha e pato que foram cães

Quando o Patim chegou ele era tão pequeno que cabia num bolso do casaco. Era uma bolinha de pêlo amarelo e piava muito a dizer "Colinho! Colinho! Colinho!" - Ele só sabia dizer o essencial. Como era bebé, fazia cocó e chichi a toda a hora e em qualquer lado. Pensámos em pôr-lhe uma fralda mas não havia para o tamanho dele.
A Gioconda tinha fama de comer animais bebés. Ela soube que dois dos novos franguinhos se chamavam Romeu e Julieta e como a Gi lê Shakespeare, decidiu dar um rumo àqueles dois. No entanto, em relação ao pato bebé, ela foi avisada de que não podia comê-lo. "Mas eu posso ensiná-lo a voar?", perguntou. - "Talvez, Gi, se te portares bem."


O Patim aprendeu a corrigir testes com a minha mãe. Ela punha-o em cima da mesa, enrolado num cobertor e ele tornou-se um óptimo aluno a matemática.
Mais tarde chegou a Joana e o Patim descobriu que ela era muito melhor que qualquer cobertor ou bolso de casaco. Aliás, a Joana era melhor que um colinho. Ela era branca, fofa e muito quente. Tinha olhos vermelhos e nunca se calava. "Sabes, eu como uma couve num instante. Cenoura, não gosto, prefiro maçã. Sabes, esta ração tem farelo de trigo..." - Em pouco tempo o Patim aprendeu a falar e a Joana convenceu-o de que assim que saíssem os dois da gaiola teriam de fazer-se cães.
"Patim - Como assim, cães?
Joana - Olha, corres muito muito e mordes!
Patim - E ladro?
Joana - Não não, é melhor correres calado..."


A Joana e o Patim tinham de viver com os frangos, que entretanto se transformaram em galinhas e galos. Era humilhante.
"Joana - Temos de voltar para dentro de casa. Anda!
Patim -Mas... mas...
Joana - Anda e cala-te que eles ouvem!
Patim - Mas eu - dizia, a correr atrás dela e já a entrar em casa - o que é que eu faço!?"
E os cães expulsavam-nos numa correria desenfreada. Foi numa dessas vezes que o Patim aprendeu a voar. A Gioconda cumpriu com a sua promessa. Ficou com algumas penas na boca mas ensinou-o a voar, sim.


E ele voava tão bem! Só as aterragens corriam mal. Houve uma vez em que me pediu para o observar. Lá estava ele em cima do muro.
"Empurra-me, se faz favor. Não tenho coragem de saltar..."
Empurrei-o e ele voou. E caiu de peito no chão. Rapidamente se levantou e tossiu para disfarçar. Esticou-se todo, nas pontas dos pés e disse: "Até não correu mal! Correu?"

4 comentários:

Unknown disse...

:)

Anónimo disse...

A Gi com as penas na boca está fantástica.
Fico à espera dos bonecos da violação da Bonnie.

Anónimo disse...

Mais uma vez fantástico!
Beijos,
Marta

Anónimo disse...

eu gosto do patinho bebe:):):)

teeeeeiiiiaaaaa