29 de abril de 2013

da espera

Este blog está em modo babyblog porque o meu livro ainda não me chegou às mãos. Isto sim, é um parto difícil, e como ainda não chegou a parte boa em que me encontrarei com os primeiros 50 exemplares, não me vou queixar deste longo processo e da espera, e da minha tão curta paciência. Portanto em breve (?), quando todo o suor, lágrimas e espera mostrarem ter valido muito muito muito a pena, escrevo.

Entretanto o bebé na barriga mostrou-se menino (porque é que parece não ter importância absolutamente nenhuma? mesmo quando se confirmou o que eu sempre imaginei, um filho menino) e perfeito, na última ecografia. É verdade o que se diz, não há como explicar o que se sente quando se vê e se sente um ser humano desenvolver-se e viver dentro de nós. Há qualquer coisa de tão superior, e como eu não acredito no deus dos homens, não faz sentido dizer isto, mas sim. É um milagre. A natureza apodera-se e encarrega-se do meu corpo, a mim resta-me encarregar desta minha mente, mantê-la saudável, lúcida, que é daí que eu sigo feliz. De nada me vale, de absolutamente nada me vale ficar ansiosa ou impaciente, de nada me vale preocupar-me ou ter medo. O medo e a preocupação, como em tudo na vida, não fazem diferença nenhuma. Dão-nos uma falsa sensação de controlo.

De maneira que aqui espero, pelo bebé, pelo livro, e enquanto espero respiro e olho para o que já está concretizado e presente na minha vida e que é tão bom e tão precisoso.

Há dias muito raros de sol em Londres. Dias de céu limpo, essa coisa tão frequente em Lisboa que chega a ser aborrecida. Um dia de céu limpo aqui é motivo de celebração. Agora apeteceu-me dizer isto...

24 de abril de 2013

20 semanas

Estar grávida longe da minha família e dos meus melhores amigos é dar muito, mas muito mais valor ao meu companheiro de vida, que já era minha família antes de sermos três, que é o meu melhor amigo e que me dá a mão nos momentos bons, nos momentos maus, e quando menos se esperaria que me desse a mão também.
Este bebé que ainda pouco se faz notar no que respeita a pontapés, faz-me crescer a barriga todos os dias um pouco mais, faz-me pensar duas, três, quatro vezes antes de pôr alguma coisa na boca, estica e muda a cor da minha pele. Atrai para mim muitas atenções e muito carinho por parte dos colegas de trabalho, que exageram ao ponto de me fazerem chorar de tanto rir. Este bebé ainda não ouviu música clássica mas todos os dias é embalado pelas minhas gargalhadas. Não sei como um dia vou agradecer a estas pessoas pelo que fazem por mim. Sem se darem conta, consolam o meu coração de emigrante, o meu corpo grávido e a minha cria de quatro meses e meio.