27 de novembro de 2008

avianense

Há dias eu e a Babá fizemos uma aposta. Depois de uma aula intensa no ginásio fomos jantar e eu (bipolar) dizia que gosto tanto de salada e de bróculos cozidos com azeite, como de gelado. Ela perguntou-me se sabia quantas calorias tem o azeite, eu disse trezentas, quatrocentas, talvez. "Não senhora, tem novecentas! Ó Babá estás tola. Por cem gramas? Nem pensar. Mas é que nem pensar! Tem novecentas!!! Não tem nada!!! Vale uma aposta? Pimba! Uma mousse de chocolate! Pimba! Um gelado de meio litro! - e a Cilu no meio: e eu que sou a testemulha da aposta, o que ganho eu???"

(Comédia da vida privada: a Babá a pedir uma garrafa de azeite num restaurante só para ver a informação nutricional, eu às gargalhadas e um funcionário a querer entrar na aposta.)

Perdi a aposta. Novecentas calorias, filho da mãe do azeite, grandessíssimo traidor.
A mousse da Babá tinha de ser caseirinha e com chocolate Avianense. Fi-la hoje. Comprei uma tablete para mim, comi um bocadinho com o café e fiz uma viagem no tempo. O Avianense é o chocolate da minha infância. No pão com manteiga(!), na mousse da minha avó, na barraquinha da feira do livro. Quando a fábrica (onde a Di muitos bombons embrulhou) era cá no centro de Viana e o sabor do chocolate era o mesmo de há vinte anos, o cheiro percorria a rua do Gontim e fazia-me babar.
A minha memória é um parque de diversões.


Sim, é para podermos comer porcarias que andamos no ginásio. Hihihihihi.

26 de novembro de 2008

transpiração

Inspiração forçada. É quando, como ontem, me obrigo a criar alguma coisa. Há dias em que as ideias me vêm à cabeça e à mão sem que eu consiga impedi-las. E há outros, como ontem, em que me viro para o papel e risco e escrevo e me rodeio de lápis e canetas, cola e papéis e, como ontem, umas letras de decalque do tempo da faculdade. E espero que alguma coisa apareça. E fico atenta. Há dias em que desenhar é como dar à chave num carro que não pega. Às vezes nem de empurrão... Mas há outros, como ontem, em que já estou para desistir e aparece alguma coisa. Faz-se luz na minha fábrica.

quando a lua era bebé
Ainda não sei o que vou fazer com ela. Nem com os que se seguem. Se vou reproduzi-la, ampliá-la, pintá-la noutro suporte. Mas para evitar que se amontoe e se perca no meio dos outros desenhos (é o que acontece inevitavelmente nesta casa), este vai directinho para a minha loja empoeirada.

:)

25 de novembro de 2008

é favor ninguém me beliscar

Porque eu ainda só li uma vez a notícia.

Obrigada, Nhocas.

Estou tão feliz. Cá beijinho, Defensor Moura.

22 de novembro de 2008

eles

Que me abraçam e me dão beijos nas bochechas e me cheiram o pescoço. E me dão a mão só por carinho e me metem o braço para dizer um segredo ou uma grande badalhoquice. Que se riem muito de mim e comigo. Que me fazem rir até chorar. Que me perguntam olhos nos olhos como é que eu estou. Me chamam para jantar e fazem vegetariano só por minha causa. E sobremesa com chocolate. Eles que me ralham (me insultam) por eu não sair de casa mais vezes e me dão uns abanões de vez em quando. Que me reencaminham emails daqueles muito lamechas. Que se viram contra mim com as saudades e me exigem por perto. Guardam anedotas muito secas ou sádicas para me contar porque sabem que eu adoro. Que aturam as minhas terríveis birras de sono. Eles que me dizem o quanto gostam de mim.

Os meus amigos são os melhores amigos que alguém como eu pode ter. Penso neles todos os dias, na minha sorte, e às vezes sinto que não mereço tanto. Mas agradeço muito. Muito.

21 de novembro de 2008

rugas


Esta fotografia tem mais de vinte anos e eu reconheço-me perfeitamente.
Ontem encontrei fotografias de há seis anos e apercebi-me de que isto que hoje tenho na cara não é pele seca, não senhora. São rugas. Todas moldadas pelo riso, o que me deixa feliz, mas não deixam de ser rugas.
Agora vou fingir que não sou meia parva e vou voltar ao trabalho.

Na foto: o Tirone, um gato tão mau quanto bonito. Mordia toda a gente que lhe mexesse, excepto os meus pais. Ao colo da minha mãe ficava num tal estado de mimo que se babava em longos fios que se colavam à roupa dela...
E a Nikita, que nunca cresceu para além disto. Quando ficava atrapalhada, vinha a correr sentar-se num dos nossos pés.

voltei, voltei!





Esta é a pintura mais recente que fiz. No quartinho da Francisca. Uma pintura cheia de simbologia, pormenores especiais e, acima de tudo, muito alegre. Para uma anjinha.
É muito gratificante sentir que o meu trabalho pode canalizar tanto amor e carinho. E que há quem me confie o que sente, sem medo. Muito obrigada, Helena. :)*

13 de novembro de 2008

vrrrum

Hoje acordei antes do despertador tocar. Já é costume. Acordo fresca como uma alface, às sete e qualquer coisa. O que nunca me aconteceu antes foi acordar à uma da manhã, prontinha para começar o dia. E que desorientada fiquei. Foi mudar de posição e fechar os olhos (normalmente resulta), foi mudar de posição e fechar os olhos outra vez, foi chichi, foi um episódio do CSI, foi um concurso absurdo que explora até ao último cêntimo a insónia dos portugueses, foi desligar a televisão e mudar de posição outra vez.
Ao fim de três horas de insónia decidi que não sou má pessoa por tomar o pequeno almoço às quatro da manhã.

Isto tudo para dizer que o descanso, vitaminas, pouca culpa e muito mimo fazem milagres. Milagres, sim, que se há uns meses me dissessem que eu voltaria a sentir-me cheia de energia e feliz da vidinha, não acreditaria.

8 de novembro de 2008

se não podes vencê-los :)

Enquanto não fujo do Natal nem faço os postais deste ano, aproveito para pôr à venda os 15 conjuntos que sobraram do ano passado.
A combinação muitas ideias-pouco tempo às vezes deixa-me frustrada. A minha loja-blog está parada há tanto tempo. Tenho aprendido a não me culpar por não conseguir fazer tudo. E não aprendo sozinha. Obrigada, querida Mafalda.

6 de novembro de 2008

novembro já? oh pá...

Gostava de me lembrar do dia em que deixei de gostar do Natal.
Já tentei tudo. Tudo menos fugir. Porque a minha vontade é essa. Fugir. Sei que é uma barbaridade. Que estou rodeada de pessoas que me amam, que não é justo... Mas eu queria fugir do Natal. Do desperdício de comida, dinheiro, papel... da ansiedade em que fico. O Natal vem contra mim como uma locomotiva e eu passo os meses seguintes a recolher os meus pedacinhos. Se pudesse viajava para longe. Como não po$$o, pensei em ir como voluntária para um hospital onde os pacientes tenham muita, muita pachorra...

5 de novembro de 2008

3 de novembro de 2008

ahahahahahahaha

Já é tema habitual nos blogues que têm contadores de visitas: quais as palavras introduzidas no Google que encaminham internautas para o sítio errado. Há palavrinhas que trazem gente até aqui que eu já decorei: soutien vermelho, soutien copa, mamas, mamalhuda, coxa grossa, odeio o meu enteado... o que me deixa profundamente orgulhosa da qualidade e requinte da minha escrita.
Mas hoje... hoje tenho de agradecer à pessoa que escreveu no Google Natacha nua. Estou a rir-me até agora. Não do objecto de pesquisa (acredito que haja Natachas nuas mesmo agradáveis aos olhinhos) mas da imagem que me veio à cabeça. Ahahaha! Já disse e repito. O meu blog é um blog sério.

A propósito e ainda mais cómico:
Cocó na fralda
Sexo do porco com a porca

2 de novembro de 2008

pateta alegre

Neste preciso momento o sol faz-me festinhas. Bendita casa esta, que me conquistou pelas janelas. No dia em que entrei aqui pela primeira vez era de manhã e o chão da sala parecia um espelho. Ainda pensei duas vezes. Mas isso foi porque não pude ver também a luz do entardecer.
Hoje estou como o rapaz do sexto andar.