"A Suíça é o único país do mundo em que associações como a que dá título a este filme existem para prestar assistência aos doentes que, para não prolongar uma dolorosa agonia, pretendem pôr fim às suas vidas. Há mais de vinte anos que equipas de voluntários acompanham doentes crónicos e portadores de deficiências graves em direcção a uma saída que consideram mais digna. Neste documentário acompanhamos todos os passos de um processo longo e delicado, em que uns e outros enfrentam a morte. Não como um tabu, nem com um fim inaceitável, mas como uma libertação. Numa sociedade que tende a tudo controlar, eles colocam uma questão de ordem íntima: escolher a forma como se quer morrer não será a última manifestação de liberdade que lhes é concedida?"
EXIT - O DIREITO DE MORRER (hoje às 23h30 na RTP2)
Quando (em 1998) vi o Ramon Sampedro beber o cianeto eu fiquei marcada para o resto da minha vida. Desde esse dia que sou totalmente a favor da eutanásia (o "Mar Adentro" é um dos filmes da minha vida).
É por ser tão apaixonada pela Vida e por poder viver a minha vida como desejo que só posso sentir um enorme respeito por quem (pelas suas razões) quer morrer. Acho que o facto de vermos a morte dos outros como nosso sofrimento não pode ser motivo para os impedirmos de pôr termo à vida.
Uma vez vi um documentário sobre a eutanásia e como esta é aplicada em diferentes países. Penso que era na Suíça que permitiam a crianças doentes em estado terminal (internadas) decidir quando morrer. Era-lhes dado um comprimido e a possibilidade de o tomar assim que sentissem que estava na hora. Aquilo comoveu-me tanto. O médico dizia que elas sentiam exactamente quando devia ser.
Sei que este tema é demasiado polémico. Este é só o meu ponto de vista. Sou pela vida própria, pela dignidade, pelo respeito pela individualidade e pela liberdade de escolha. É também por estes motivos que sou contra a pena de morte. Mas sou, definitivamente, a favor da eutanásia.
Já sei que hoje vou chorar.
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3 comentários:
Ao ver o sofrimento da minha mãe, durante 2 longos anos, fiquei totalmente a favor da eutanásia, pois talvez ela pudesse ter tido uma morte mais calma e com menos dor. É horrível ver alguém que amamos definhar, e, de uma pessoa cheia de vida e alegria, tornar-se em alguém totalmente consumido pela dor, sentindo o seu próprio corpo perder a batalha. Se algum dia me visse nessa situação, gostaria de ter a possibilidade de poder terminar a minha presença neste mundo, de modo menos doloroso.
Eu não consigo ser a favor da eutanásia...
Cá está um tema para mim tão polémico como o aborto. Neste caso a minha posição é muito idêntica à da Istari. Quem vê (ou já viu) familiares a perder capacidades dia após dia, consegue perceber um o sofrimento. Não sei se um dia recorreria à eutanásia, mas consigo compreeder que uma alguém que possua uma doeça terminal, tome a decisão de acabar com o seu sofrimento.
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