1. Ah não comes carne mas comes ovos e queijo! Ah toma que isso também vem dos animais.
2. Ah tens pena dos animais? E das plantas que comes, não tens?
Com duas frasezinhas apenas se estraga uma discussão. Eu sou do tempo em que se respondia pacientemente Pois mas custa-me ver os animais serem maltratados durante a vida e a morte... e é mais fácil deixar de comer carne e peixe, os ovos e o leite estão em imensos alimentos... não temos muito por onde escolher... pois mas as plantas não sentem nem expressam dor, nem medo, nem sofrimento... acho menos mau matar uma planta...
Hoje em dia, assim que alguém (de bife no prato e algum preconceito na cabeça, que é o costume) me vem com uma destas afirmações brilhantes, eu dou por terminada a conversa e faço-me de estúpida (que é o que fazem de mim ao dar-me a novidade Os Ovos e o Leite são Produtos de Origem Animal).
Mas se a pessoa estiver mesmo numa de discutir com a pintora romântica que não come bichinhos, ainda lança a terceira:
3. Ah mas é a lei da selva! Somos omnívoros! O homem é um predador.
Normalmente a esta eu respondo... é que o romantismo é tanto.
Sem dúvida que somos omnívoros. Sem dúvida que uma carninha é boa (eu nunca enjoei da carne, eu tomei uma decisão, que é diferente). Mas camuflar as fábricas, os matadouros, os viveiros, os antibióticos e a quantidade de sangue, fezes e urina em que vivem os animais que comemos, por trás do Homosapiens caçador ao ar livre, é um insulto à minha inteligência.
Vivêssemos todos dos animais criados em casa, que vivem em paz antes do dia de ir para o prato, e talvez eu não fosse vegetariana há cinco anos.
Quando eu for rica, assim que alguém me vier com uma destas três pérolas do conhecimento, saco dum computador portátil e ponho este vídeo. Depois fico a ver se o meu interlocutor consegue comer o seu bife. E lavo as minhas mãos.
11 de agosto de 2007
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9 comentários:
Quando o Isaque veio cá para casa transformei-me na mãe dele. O meu filhote começou a reconhecer a minha voz, a dar-me beijinhos e a adormecer com festinhas nas orelhas. Quando assistimos a estas cenas de amor, é impossível pensar em coelhos dentro de panelas. Tornei-me, então, incapaz de comer os irmãos ou os primos do meu bebé.
Comecei assim e uns meses depois já não comia bichinho nenhum.
Em apenas seis meses já ouvi essas frases tantas e tantas vezes! Sem contar com outras do tipo "Oh, e achas que és tu que vais fazer a diferença? Achas que vais mudar alguma coisa?" ou então "Isso é mais mania do que outra coisa...". Lamentavelmente, vivemos num mundo de intolerância.
Nunca vi esse vídeo até ao fim, não consigo. Costumo mostrar a algumas pessoas o "Reasons to Become a Vegetarian"; não é tão forte mas mesmo assim põe-me a chorar de cada vez que o vejo.
Natacha, já viste os cartazes que estão afixados na cidade? Corrida de touros no dia 19 :(
Já enviei e-mails de indignação para todas as entidades que me lembro... E apetece-me distribuir panfletos a incentivar as pessoas a não aparecerem!
Um beijinho, querida. Salgado, porque isto faz-me chorar.
Nat
Há anos achei um texto que contava um pouco desta situações as quais os vegetarianos passam e postei. Achei o link. Está aqui:
http://www.maiscanela.blogger.com.br/2004_05_01_archive.html#26993918
beijos
(Ah, vi teu comentário sobre o jardim jaleco. Vou te escrever por email)
Respeito-te muito. Respeito a tua decisão. Respeito e admiro todos os que a tomam.
mais uma vez de lágrima no olho... hj n consegui ver até ao fim... amanhã tento outra vez... mas só prova q o maior "animal" somos nós
Ficas zangada comigo se eu disser que já fiz a mim propria essa ultima pergunta? ;o) Claro que não num tom depreciativo como se chamasse estupidos aos vegetarianos ... quanto muito estaria a chamar-me ingnorante :op, a verdade é que não sabia a resposta .. e queria saber.
Eu não conheço pessoalmente muitos vegetarianos ... na verdade nenhum amigo meu é vegetariano (uma amiga tentou ser mas teve alguns problemas de saude e pouco apoio da familia), as pessoas que conheço são amigos ou familiares de alguém mais proximo a mim.
Todos sabem que os vegetarianos não comem carne ... mas poucos sabem bem de onde vêem os nutrientes que precisam, as alternativas, os cuidados com o que comem. O que muita gente só sabe é que são pessoas que são ferozmente (e bem) contra os maus tratos aos animais da nossa cadeia alimentar e pronto ... quando essa apenas é uma das razõoes e se calhar não a de todos não é? A começar por uma saude melhor, problemas alimentares ou simplesmente uma escolha como outra qualquer.
Bom ... assim ... quando aqui há tempos tive oportunidade e estava com duas pessoas vegetarianas (ele é colega do meu marido), aproveitei, pedi desculpa pela minha ignorância, e perguntei "se as plantas são seres vivos o que diferencia a forma como os vêem?" ... e a resposta, tão obvia deixou-me a imaginar um gelado na testa e pelo menos menos uma pergunta na minha cabeça já tão cheia LOL
"Se a um animal lhe cortares uma perna ele morre, se a uma planta lhe cortares uma folha ou o fruto ... ela continua a viver, a crescer e a dar-te mais frutos"
E pronto fiz um testamento :op desculpa
:)
Beijinhos a todas!
Não sou vegetariana, mas compreendo-te muito bem e admiro a tua coragem. Passo a explicar, é que eu ia fazer um trabalho sobre opções diferentes e o vegetarianismo e veganismo era 1 dessas opções, apesar de haver um vasto leque delas que depois perdem o sentido, por exemplo há pessoas q só comem peixes porque acham que têm um sistema nervoso inferior ao dos outros animais, há outras que só comem frangos porque sim. Para mim faz sentido, sim, ser vegetariana ou vegan.Mas continuando, para poder explicar melhor o meu trabalho tentei sê-lo por uma semana, não quero que fiques ofendida mas não aguentei dois dias, até porque não gosto muito de legumes, a única coisa com legumes que como e adoro é sopa. Porém não foi só por isso que não consegui. Fi-lo, como é óbvio, em tempo de escola e como de costume vou almoçar a um café. Um dia fui a um diferentee pedi para o almoço um sopa. Ao que respondeu a srª: 'Não temos' (era pleno inverno não havia razão para não haver sopa por tar calor,por exemplo).
Eu -OK. Então quero um croissant de queijo e um compal de manga.
Srª do café - Não temos! So croissant misto ou de salsicha.
Eu - Ok. Então pode ser uma sandes de queijo e um compal.
Srª - Só sandes de fiambre.
Eu - (nos meus pensamentos: OH MY GOD! ARE U SERIOUS?!) OK!! entao pode ser uma sandes de manteiga e um compal.
Foi este o meu almoço e o que quero dizer com isto é: admiro teres tido coragem para continuar, porque a nossa sociedade por si só ainda é muito mesquinha para entender certas opções de vida e a maior parte das pessoas já estão 'Pré-definidas'como comedores de carne, daí os vegetarianos não terem muita opção de escolha.
Parabéns pelo blog, está muito giro, se não te importares, vou adicionar-te no meu blog. =) beijinhos
Não quero colocar essas perguntas. Antes outra:
És vegetariana por gosto ou para poupar os animais?
É que se for por gosto (se não gostares do sabor dos animais, ou preferires legumes e vegetais e tal) por mim tudo bem. E de outra forma também está tudo bem, mas considero que o raciocínio tem falhas.
a) Precisamos mais das plantas do que dos animais (oxigénio. eu sei que não matamos os grandes, mas o princípio vale tudo. é porque dá jeito)
Quem tem medo de matar, tem medo de matar. Admito que é muito mais fácil arrancar um tomate que está pendurado do que torcer um pescoço, mas.. olha.. perdi o sentido. Só acho que é mais uma desculpa :P
Não posso deixar de deixar aqui o meu comentário. Este teu post é uma espécie de dejá vu para mim. Revi-me completamente neste teu post :)
Não como carne, como peixe. Isto é uma espécie de piada para toda a gente que acha que se eu não como carne também não devia comer peixe.
O ser humano tem direito à escolha (que me lembre), e eu escolho tentar fazer o que posso pelo mundo e pela minha consciência. Não acho que a máxima "ou 8 ou 80" tenha de ser aplicada para tudo na vida. Faço o que posso e o que consigo. Posso não ser a verdadeira vegetariana, mas ao menos tento, não a 100%, mas tento.
Ao menos eu penso e esforço-me em fazer escolhas que me deixam de consciência tranquila perante o mundo.
Quem apregoa (no sentido depreciativo) não sabe fazer mais nada para além de criticar.
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