17 de junho de 2012

portugal dos pequeninos

Já o disse antes. Quanto mais longe de Portugal, melhor lhe vejo as coisas boas. Podia ter um qualquer trauma relacionado com as últimas experiências que vivi em terras tugas, como a depressão, ou as dificuldades financeiras, ou o facto de ser tão difícil ser artista hoje em dia, renhonhó... e a crise. Mas não.
A verdade é que quando me projecto no futuro, vejo-me em Portugal. Felizmente o holandês também nos projecta lá, e é por isso que eu me vejo ainda mais nitidamente em Lisboa. Nós, um bebé, um cão (weeeeeeeeeeeeee! who cares about children?), um gato. E relva para nos rebolarmos, que eu estou em Londres há mais de um ano e isto dos espaços verdes entranha-se-nos.

No dia em que o meu pai me perguntou (agoniado com a visão da sua filha fugir para Londres sem nada planeado) vais fazer o quê, lavar pratos? eu disse sim, que se for para lavar pratos e servir às mesas, ao menos que seja noutra cidade, noutra rotina, a ver outras coisas. E assim é. Não por mágoa do meu país, simplesmente porque assim precisei que as coisas acontecessem. Londres é um retiro, um processo de amadurecimento. Cada dia que passa gosto mais do T. e às vezes isso surpreende-me a mim própria. De onde vem tanto amor? Estarei eu ainda embriagada, depois de dois anos e meio? Não há ninguém no mundo com quem eu me dê tão bem.

Agora que já descambei para a lamechada (sou uma blogger muito enferrujada), volto ao que me fez escrever hoje. Tantas vezes me referi a Portugal como portugal dos pequeninos. Mas há tanta coisa boa, tanta coisa que só quando estamos assim longe podemos observar com clareza. Hoje senti uma alegria profunda porque estou a planear as férias e só me apetece esbanjar em Portugal o que amealho a trabalhar aqui, com a intenção sincera de investir na economia do meu país. Comprar só 100% português. Comer gaspacho em Faro com a minha Di. Chegar a Alfama e embebedar-me com sangria, pagar para ouvir cantar o fado, comprar um trapinho na loja da Pipoca ou uns speedos na loja do Jacob e do Bruno (porque há gente que tem tomates para abrir negócio em tempo de crise).

Ontem comecei a escrever e arquivar os meus projectos para quando voltar a Portugal.


6 comentários:

Sofia disse...

Nat, ontem fui a Alfama embebedar-me com sangria.
Muita febra, muita salada e muito bailarico ;)
Nada, mas mesmo nada se compara aos cheiros e aos sons da nossa cidade (mesmo os maus!!!)
Beijos enormes e a ver se vamos tomar um cafézinho quando vieres (não te estou a pressionar, pois não?????)
Beijocas

Cristina Cardigo disse...

Essas férias não podiam eventualmente incluir umas pinturas num quartinho em Lisboa? :) :)

Tereclopes disse...

Bem vinda aqui que saudades Nat.Vem aqui mais vezes dar notícias tuas e quando estiveres em condições, volta, porque Portugal precisa de pessoas como tu. Beijocas grandes
Ah! e não te esqueças do holandês porque se gostas tanto dele é boa pessoa e faz cá falta também.

Anónimo disse...

Que saudades.... e fazes-me sempre chorar. A relva cá de casa oferece-se para ser pisada por ti. Tens de conhecer o Bolt (labrador) e comer bolinho de chocolate. Saudades... muitas.
*
Sandra, V.C.

Anónimo disse...

Que sausades:):)
Olá Nat, que bom que esteja feliz.
Beijinhos

Paula, mãe do Martim

Li* disse...

que bom :)
volta siiim!