O ano começou e eu ainda estou a recuperar o equilíbrio depois do furacão Natal... com o centro de gravidade alterado, devido às quantidades obscenas de açúcar que se alojaram na minha barriga. A culpa de não resistir à gula. Crianças que morrem à fome sem um colo e sem nada e eu ó, mais uma rabanada, só mais uma que ainda cabe. A culpa é o que move as acções de solidariedade natalícia, não é? A culpa pesa-me. E é bem feita.
Dois anos de blog. Se os blogues fossem, como muita gente iludida pensa, a verdade sobre os seus autores, então poder-se-ia concluir que eu ando a dormir. Porque este blog anda adormecido, coitadinho do meu Vermelho Devagarinho. Agradeço a todos os que ainda vêm cá todos os dias. Gosto muito que cá venham e lamento que isto ande assim. Não está para acabar, o meu cantinho mistela, não senhor. Estou só muito longe do computador. Paciência. Um dia destes volto a pôr aqui muitas fotografias. E desenhos e pinturas. Quando a vontade voltar. Para já voltou a vontade de escrever.
Há uns tempos tive uma visão. Não me sai da cabeça e originou um turbilhão dentro de mim. Ia no carro, buscar a minha mãe. Olhei para umas árvores enormes, vi o céu entre as folhas e em vez de - como é costume - me sentir feliz só por isso, senti um enorme vazio.
Tenho vivido para pagar uma renda.
Eu e a minha pouca ambição. Vivo para manter uma casa. Um mês de cada vez e depois logo se vê. Sem tempo nem fortuna mas tão feliz, que o que interessa eu já tenho. Amor, muito amor, abraços e beijos. Riso. Chocolate com o café todos os dias. Pêlo de cão na roupa, uns passeios na praia e pronto. Não há nada melhor. Pelo menos não havia, até eu olhar pelo pára-brisas para aquelas árvores e me sentir tão pequena.
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3 comentários:
Pequenas luzes nos nossos cérebros...
não te sintas sozinha, nós tb vivemos em função das despesas da casa... mas este ano vou ganhar o euromilhões :D
Esse sentimento é-me tão familiar... :( Beijinho
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