Antes e depois de cortar completamente com o açúcar e óleos refinados. Toneladas de fruta e litradas de sumos de vegetais depois... é ver para crer: a rosácea tem cura. Custa é assumir a responsabilidade pelo que pomos na boca e pela nossa saúde.
Um ano e meio de distância entre as duas fotografias. Tantos avanços e recuos na minha dieta, e tantos confrontos com os meus vícios alimentares e relação emocional com a comida. Deixar o açúcar foi como abandonar um companheiro de longa data. Mas um companheiro que se revelou venenoso.
Olha eu no meu pior. Esta fotografia foi o Luís que me tirou numa altura em que eu já não me permitia fotografar há muito tempo. Lembro-me de pensar horrorizada Ai que isto só pode ser da luz! mas depois olhei para a pele do meu filho. Pois.
Há que tempos ando para escrever isto. Vou deixar aqui toda a informação que não tinha quando a minha cara estava naquele estado ali do lado esquerdo.
Tudo começou quando decidi engravidar e deixei de tomar a pílula. Umas borbulhinhas mínimas, que não reagiam ao creme para acne como borbulhas comuns. Tipo uma ferida que não sara, perto do olho esquerdo. Simplesmente não desapareciam, e não desapareceram. Foram-se multiplicando e espalhando. Desceram para a bochecha como se algo se passeasse pela minha cara e fosse deixando um rasto vermelho. Depois passaram pelo nariz e para a outra bochecha. Entretanto engrevidei e entrei na minha bolha de hormonas e quis lá saber das borbulhas. E elas, pernas para vos quero, começaram a aparecer em força na testa, agora como acne de adolescente. Umas em cima das outras, enormes, pus, vermelhidão, enfim. Depois o queixo. Coisa pouca mas sim, estavam lá também as tais feridinhas que não saravam. Uma médica que vi durante a gravidez disse-me que já tinha visto várias grávidas com a cara assim, mas fosse o que fosse, não podia usar os cremes apropriados durante a gravidez, por isso era deixar estar.
O meu filho nasceu e as minhas borbulhas continuaram a ser só borbulhas até eu ir à consulta das seis semanas pós-parto. Foi aí que a médica de família deu um nome ao que eu tinha. Rosácea. Prescreveu-me um creme que usei mas não fez absolutamente nada. Mas comecei a pesquisar sobre o assunto. Lembro-me que quando o Diogo tinha seis meses e introduzimos a comida sólida ele ficou com uma prisão de ventre terrível e eu fiquei num estado de nervos que me rebentou a cara toda. Já só não me restava pele limpa na cara. Por esta altura já sentia também comichão e sensibilidade extrema. Comecei a pesquisar sobre o assunto e comprei um creme 100% natural cujo ingrediente activo era tea tree oil. Porque aparentemente - e aqui tive o momento TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAN - este óleo essencial é muito eficaz a matar os ácaros que habitam a nossa pele e que são responsáveis pela rosácea.
Ácaros? Mas ninguém me falou de ácaros, car@$%&! Então pus-me à procura e deparei-me com isto e isto, que são imagens das quais nunca mais me esqueci. E foi aí que a minha abordagem mudou. Comecei por perceber como vivem e se reproduzem estes bichos e resumidamente, é isto:
Vivem no folículo do pêlo e alimentam-se da sua gordura. Não têm ânus e acumulam dentro de si tudo o que comem. Quando morrem, entram em decomposição dentro da pele, pelo que ela fica em estado permanente de inflamação. Se quem está a ler isto já se estiver a coçar e preferir não saber mais, é melhor parar por aqui porque a coisa piora muito. Então vá, beijinhos e até breve!
Os ácaros demodex são foto-sensíveis. Saem dos poros à noite e andam vários centímetros por noite. Procuram com quem acasalar e depois voltam ao aconchego do seu lar, que é onde põem os ovos. Também arrastam a sujidade da pele para dentro do poro, o que não ajuda.
Este vídeo é bastante elucidativo e dá um ar de graça a esta nojeira:
É portanto à noite que se quer lavar muito bem a cara e enchê-la de creme com tea tree. Mas no meu caso a perseguição nocturna com creme transformou-se num filme de terror.
A sobrepopulação já era de tal ordem que as "borbulhas " começaram a aparecer noutros sítios. Agora que já sabemos que a origem das borbulhas tinha mesmo vida própria e se deslocava alegremente pela minha cara, não admira que depois de eu pôr creme num sítio, as borbulhas aparecessem noutro, dias depois. Talvez alguns ácaros morressem, mas os sobreviventes simplesmente fugiam e, dentro duns dias morriam e eu tinha borbulhas novas em mares nunca antes navegados. Creme nas bochechas? Borbulhas nas têmporas. Creme nas têmporas? Borbulhas nas orelhas. Creme nas orelhas? Borbulhas atrás das orelhas. Creme atrás das orelhas? Borbulhas na entrada no ouvido.
Borbulhas dentro do nariz.
Borbulhas no pescoço.
Na nuca.
Nos ombros.
Sim.
Uma vez migrados até aos meus ombros, foi uma festa. Até durante o dia se deslocavam debaixo das alças do soutien. A dada altura tinha desenhadas duas alças de borbulhas vermelhas e dolorosas.
Quando depilava o buço e sobrancelhas ficava cheia de borbulhas dois dias depois. Porque seria?...
Um dia atingi o meu limite e enchi a cara de um produto poderoso cheio de tea tree oil. Sem alternativa, os meus amigos fugiram para os folículos das pestanas. Fiquei linda.
Este pesadelo só acabou quando eu mudei a minha dieta. Já há meses que tinha visto o documentário Heal Yourself, Heal the World e vivia em sofrimento com a ideia de que podia pelo menos experimentar mudar a minha alimentação, mas sentia-me absolutamente incapaz. E a palavra-chave aqui é AÇÚCAR.
Para começar cortei completamente com o café. Não vi diferenças. Eliminei completamente o glúten, perdi peso e deixei de ter gases. A pele? Nada. Cortei com o vinho, com a comida picante... Nada. Tinha a cara assim há dois anos. Descobri um dente podre e saí do dentista 200 libras mais pobre. Somente quando descobri um nódulo tão grande numa mama que fui encaminhada com urgência para as consultas onde se diagnostiam cancros e afins é que o abanão foi forte o suficiente.
Talvez deva referir que já duas vezes tinha tentado cortar com o açúcar e, talvez mais importante ainda seja dizer que eu não comia um docinho de vez em quando. Eu comia muitos, muitos doces todos os dias. E o que aconteceu das duas primeiras vezes que tentei não comer doces foi que, ao terceiro dia, devorei tudo o que havia de doce cá em casa. Aspirei os armários e senti a saciedade de quem passou por uma sede quase fatal e a quem foi dada uma garrafa de água. Somente à terceira vez consegui libertar-me. Atravessei a pior das ressacas enquanto estava em casa com o meu filho e senti um mal-estar que não desejo a ninguém. Palpitações, dores, cansaço, irritabilidade, desespero. Um desconforto permanente em que os minutos parecem horas. Mas a inflamação da pele reduziu significativamente. Valeram-me os doces veganos feitos com tâmaras, cacau e frutos secos.
Em Abril do ano passado (já há três meses sem açúcar) dei o passo seguinte, quando me comprometi a experimentar uma dieta vegana crudívora, durante um mês. O bem-estar, energia e clareza mental que senti fizeram com que esse mês se transformasse em três, e também a minha pele se transformou.
Entretanto descobri este creme, que ajudou bastante, assim como ajudou mudar a fronha da almofada de dois em dois dias, deixar a camisola do pijama no aquecedor durante o dia e lavar os soutiens a altas temperaturas.
Nos meses que se seguiram tive muitos avanços e recuos, tanto em termos alimentares (sem nunca voltar às guloseimas) como no aspecto da pele. Muitas vezes fiquei extremamente confusa e frustrada por não entender o que fazia com que a pele voltasse a ficar inflamada. Somente há uns meses é que se fez luz.
Numa semana de mais stress comi um saco de amendoins salgados, um frasco de gelado de leite de côco, duas tabletes de chocolate preto (adoçado com stevia) e uma caixa de popadoms. Lembro-me de pensar que depois desses deslizes todos seguidos, alguma coisa aconteceria. E aconteceu. Mesmo usando o creme chinês, a pele de toda a cara ficou irritada, vermelha e cheia de comichão. Se já não era óbvio que a gordura desempenha aqui um papel muito importante, essa semana de catástrofes alimentares pôs tudo às claras. Agora até me parece ingénuo que não tenha visto logo que quando deixei de comer nutella às colheradas directamente do frasco, bolos e chocolates, deixei de consumir não só açúcar, mas também óleo. Foi então que fiz a experiência de cortar em absoluto com o azeite e óleo de côco, abacate e, com muito esforço, os meus amados frutos secos e sementes. Zero gordura durante quase uma semana. E quem me dera dizer que a diferença foi pouca, porque eu sofri tanto para deixar o açúcar, e na verdade o que teve um efeito quase instantâneo foi o deixar (também) as gorduras. A minha pele respirou de alívio. A vermelhidão desapareceu e os poros fecharam. Como é que eu não vi isto antes? Porque não queria ver. Estava confortavelmente alapada nos meus vícios e no facto de a rosácea ser considerada incurável. E, já agora, também nunca tinha ouvido falar da relação entre a cândida (aquele fungozinho da candidíase) e os problemas de pele. Oh mundo novo que se me surgiu! Aqui fica uma breve explicação:
Há pouco mais de um mês deu-se outro acontecimento: comprámos uma centrifugadora e eu inaugurei-a em grande com dois dias de sumos de vegetais e alguns batidos de fruta. Atenção que eu já bebia sumo verde há mais de um ano. Agora estamos a falar de litros de sumo de cenoura, aipo, beterraba, pepino, alface romana, coentros, etc.
Seguiram-se outros três dias a sumos mas também saladas e fruta inteira. Só posso dizer que é preciso experimentar para entender o que nos acontece a nível físico, mental e emocional quando nos metemos numa coisa destas. Desta vez a minha cara ficou completamente limpa e uniforme. Mas assim que reintroduzi o abacate e frutos secos, o nariz voltou a ficar ligeiramente vermelho e passados uns dias, apareceu a primeira ferida, o que obviamente indica que ainda não estou completamente recuperada. É preciso uma enorme motivação para seguir um plano destes. É preciso encontrar outras formas de prazer, de relaxamento, de conforto. E eu neste momento estou prestes a regressar a Portugal, com toda a antecipação que isso implica, mais o desafio de criar um menino de dois anos e meio e todos os comportamentos típicos da idade.
Sinto-me a fazer um percurso em que muitas vezes dou dois passos em frente e um atrás. Há tanta, mas tanta coisa que ainda preciso de observar e mudar. Mas o que isto tudo me tem mostrado é que o que temos como garantido pela medicina tradicional pode, e deve, ser questionado. O nosso corpo tem uma capacidade extraordinária de se regenerar e curar de dentro para fora.
Em defesa dos gordos e preguiçosos, deixo aqui um vídeo muito interessante sobre o consumo de açúcar e o conceito de vício.
E já agora esta entrevista muito interessante com a Fully Raw Kristina, muito famosa na comunidade vegan crudívora, em que ela conta a sua história.
Para quem ficar curioso em relação a este estilo de vida, recomendo vivamente as minhas duas gurus:
A Natacha do Pura Vida
e
a Zlati do Vida em Estado Cru
Tudo começou quando decidi engravidar e deixei de tomar a pílula. Umas borbulhinhas mínimas, que não reagiam ao creme para acne como borbulhas comuns. Tipo uma ferida que não sara, perto do olho esquerdo. Simplesmente não desapareciam, e não desapareceram. Foram-se multiplicando e espalhando. Desceram para a bochecha como se algo se passeasse pela minha cara e fosse deixando um rasto vermelho. Depois passaram pelo nariz e para a outra bochecha. Entretanto engrevidei e entrei na minha bolha de hormonas e quis lá saber das borbulhas. E elas, pernas para vos quero, começaram a aparecer em força na testa, agora como acne de adolescente. Umas em cima das outras, enormes, pus, vermelhidão, enfim. Depois o queixo. Coisa pouca mas sim, estavam lá também as tais feridinhas que não saravam. Uma médica que vi durante a gravidez disse-me que já tinha visto várias grávidas com a cara assim, mas fosse o que fosse, não podia usar os cremes apropriados durante a gravidez, por isso era deixar estar.
O meu filho nasceu e as minhas borbulhas continuaram a ser só borbulhas até eu ir à consulta das seis semanas pós-parto. Foi aí que a médica de família deu um nome ao que eu tinha. Rosácea. Prescreveu-me um creme que usei mas não fez absolutamente nada. Mas comecei a pesquisar sobre o assunto. Lembro-me que quando o Diogo tinha seis meses e introduzimos a comida sólida ele ficou com uma prisão de ventre terrível e eu fiquei num estado de nervos que me rebentou a cara toda. Já só não me restava pele limpa na cara. Por esta altura já sentia também comichão e sensibilidade extrema. Comecei a pesquisar sobre o assunto e comprei um creme 100% natural cujo ingrediente activo era tea tree oil. Porque aparentemente - e aqui tive o momento TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAN - este óleo essencial é muito eficaz a matar os ácaros que habitam a nossa pele e que são responsáveis pela rosácea.
Ácaros? Mas ninguém me falou de ácaros, car@$%&! Então pus-me à procura e deparei-me com isto e isto, que são imagens das quais nunca mais me esqueci. E foi aí que a minha abordagem mudou. Comecei por perceber como vivem e se reproduzem estes bichos e resumidamente, é isto:
Vivem no folículo do pêlo e alimentam-se da sua gordura. Não têm ânus e acumulam dentro de si tudo o que comem. Quando morrem, entram em decomposição dentro da pele, pelo que ela fica em estado permanente de inflamação. Se quem está a ler isto já se estiver a coçar e preferir não saber mais, é melhor parar por aqui porque a coisa piora muito. Então vá, beijinhos e até breve!
Os ácaros demodex são foto-sensíveis. Saem dos poros à noite e andam vários centímetros por noite. Procuram com quem acasalar e depois voltam ao aconchego do seu lar, que é onde põem os ovos. Também arrastam a sujidade da pele para dentro do poro, o que não ajuda.
Este vídeo é bastante elucidativo e dá um ar de graça a esta nojeira:
É portanto à noite que se quer lavar muito bem a cara e enchê-la de creme com tea tree. Mas no meu caso a perseguição nocturna com creme transformou-se num filme de terror.
A sobrepopulação já era de tal ordem que as "borbulhas " começaram a aparecer noutros sítios. Agora que já sabemos que a origem das borbulhas tinha mesmo vida própria e se deslocava alegremente pela minha cara, não admira que depois de eu pôr creme num sítio, as borbulhas aparecessem noutro, dias depois. Talvez alguns ácaros morressem, mas os sobreviventes simplesmente fugiam e, dentro duns dias morriam e eu tinha borbulhas novas em mares nunca antes navegados. Creme nas bochechas? Borbulhas nas têmporas. Creme nas têmporas? Borbulhas nas orelhas. Creme nas orelhas? Borbulhas atrás das orelhas. Creme atrás das orelhas? Borbulhas na entrada no ouvido.
Borbulhas dentro do nariz.
Borbulhas no pescoço.
Na nuca.
Nos ombros.
Sim.
Uma vez migrados até aos meus ombros, foi uma festa. Até durante o dia se deslocavam debaixo das alças do soutien. A dada altura tinha desenhadas duas alças de borbulhas vermelhas e dolorosas.
Quando depilava o buço e sobrancelhas ficava cheia de borbulhas dois dias depois. Porque seria?...
Um dia atingi o meu limite e enchi a cara de um produto poderoso cheio de tea tree oil. Sem alternativa, os meus amigos fugiram para os folículos das pestanas. Fiquei linda.
Este pesadelo só acabou quando eu mudei a minha dieta. Já há meses que tinha visto o documentário Heal Yourself, Heal the World e vivia em sofrimento com a ideia de que podia pelo menos experimentar mudar a minha alimentação, mas sentia-me absolutamente incapaz. E a palavra-chave aqui é AÇÚCAR.
Para começar cortei completamente com o café. Não vi diferenças. Eliminei completamente o glúten, perdi peso e deixei de ter gases. A pele? Nada. Cortei com o vinho, com a comida picante... Nada. Tinha a cara assim há dois anos. Descobri um dente podre e saí do dentista 200 libras mais pobre. Somente quando descobri um nódulo tão grande numa mama que fui encaminhada com urgência para as consultas onde se diagnostiam cancros e afins é que o abanão foi forte o suficiente.
Talvez deva referir que já duas vezes tinha tentado cortar com o açúcar e, talvez mais importante ainda seja dizer que eu não comia um docinho de vez em quando. Eu comia muitos, muitos doces todos os dias. E o que aconteceu das duas primeiras vezes que tentei não comer doces foi que, ao terceiro dia, devorei tudo o que havia de doce cá em casa. Aspirei os armários e senti a saciedade de quem passou por uma sede quase fatal e a quem foi dada uma garrafa de água. Somente à terceira vez consegui libertar-me. Atravessei a pior das ressacas enquanto estava em casa com o meu filho e senti um mal-estar que não desejo a ninguém. Palpitações, dores, cansaço, irritabilidade, desespero. Um desconforto permanente em que os minutos parecem horas. Mas a inflamação da pele reduziu significativamente. Valeram-me os doces veganos feitos com tâmaras, cacau e frutos secos.
Em Abril do ano passado (já há três meses sem açúcar) dei o passo seguinte, quando me comprometi a experimentar uma dieta vegana crudívora, durante um mês. O bem-estar, energia e clareza mental que senti fizeram com que esse mês se transformasse em três, e também a minha pele se transformou.
Entretanto descobri este creme, que ajudou bastante, assim como ajudou mudar a fronha da almofada de dois em dois dias, deixar a camisola do pijama no aquecedor durante o dia e lavar os soutiens a altas temperaturas.
Nos meses que se seguiram tive muitos avanços e recuos, tanto em termos alimentares (sem nunca voltar às guloseimas) como no aspecto da pele. Muitas vezes fiquei extremamente confusa e frustrada por não entender o que fazia com que a pele voltasse a ficar inflamada. Somente há uns meses é que se fez luz.
Numa semana de mais stress comi um saco de amendoins salgados, um frasco de gelado de leite de côco, duas tabletes de chocolate preto (adoçado com stevia) e uma caixa de popadoms. Lembro-me de pensar que depois desses deslizes todos seguidos, alguma coisa aconteceria. E aconteceu. Mesmo usando o creme chinês, a pele de toda a cara ficou irritada, vermelha e cheia de comichão. Se já não era óbvio que a gordura desempenha aqui um papel muito importante, essa semana de catástrofes alimentares pôs tudo às claras. Agora até me parece ingénuo que não tenha visto logo que quando deixei de comer nutella às colheradas directamente do frasco, bolos e chocolates, deixei de consumir não só açúcar, mas também óleo. Foi então que fiz a experiência de cortar em absoluto com o azeite e óleo de côco, abacate e, com muito esforço, os meus amados frutos secos e sementes. Zero gordura durante quase uma semana. E quem me dera dizer que a diferença foi pouca, porque eu sofri tanto para deixar o açúcar, e na verdade o que teve um efeito quase instantâneo foi o deixar (também) as gorduras. A minha pele respirou de alívio. A vermelhidão desapareceu e os poros fecharam. Como é que eu não vi isto antes? Porque não queria ver. Estava confortavelmente alapada nos meus vícios e no facto de a rosácea ser considerada incurável. E, já agora, também nunca tinha ouvido falar da relação entre a cândida (aquele fungozinho da candidíase) e os problemas de pele. Oh mundo novo que se me surgiu! Aqui fica uma breve explicação:
Há pouco mais de um mês deu-se outro acontecimento: comprámos uma centrifugadora e eu inaugurei-a em grande com dois dias de sumos de vegetais e alguns batidos de fruta. Atenção que eu já bebia sumo verde há mais de um ano. Agora estamos a falar de litros de sumo de cenoura, aipo, beterraba, pepino, alface romana, coentros, etc.
Seguiram-se outros três dias a sumos mas também saladas e fruta inteira. Só posso dizer que é preciso experimentar para entender o que nos acontece a nível físico, mental e emocional quando nos metemos numa coisa destas. Desta vez a minha cara ficou completamente limpa e uniforme. Mas assim que reintroduzi o abacate e frutos secos, o nariz voltou a ficar ligeiramente vermelho e passados uns dias, apareceu a primeira ferida, o que obviamente indica que ainda não estou completamente recuperada. É preciso uma enorme motivação para seguir um plano destes. É preciso encontrar outras formas de prazer, de relaxamento, de conforto. E eu neste momento estou prestes a regressar a Portugal, com toda a antecipação que isso implica, mais o desafio de criar um menino de dois anos e meio e todos os comportamentos típicos da idade.
Sinto-me a fazer um percurso em que muitas vezes dou dois passos em frente e um atrás. Há tanta, mas tanta coisa que ainda preciso de observar e mudar. Mas o que isto tudo me tem mostrado é que o que temos como garantido pela medicina tradicional pode, e deve, ser questionado. O nosso corpo tem uma capacidade extraordinária de se regenerar e curar de dentro para fora.
Em defesa dos gordos e preguiçosos, deixo aqui um vídeo muito interessante sobre o consumo de açúcar e o conceito de vício.
E já agora esta entrevista muito interessante com a Fully Raw Kristina, muito famosa na comunidade vegan crudívora, em que ela conta a sua história.
Para quem ficar curioso em relação a este estilo de vida, recomendo vivamente as minhas duas gurus:
A Natacha do Pura Vida
e
a Zlati do Vida em Estado Cru